calma, corre
sem pressa
e nem querer chegar
acalma
os horrores
que todo fado mostra
e
abraça
o monstro
maculado
velho
que existe
só para
te devorar
esquece
o medo, o mundo e tudo
o que no giro
paralisa
acaba
a dor, a dúvida, a dívida
que divide
despedaça
destroça
demais
agora
quase te enterram
afasta
os fatos
falidos
que
te ferram
larga
na carga
das trombeteiras
na loucura
desse monte
de besteiras
lava
grudes
gosmas
corpos que malocam
cuspes
mágoas
poeiras que sufocam
lida
com todo badulaque
coisa querida
fruta mordida
essa doação eterna
de comida
cura
com chá
com choro
com receita
bem feita
casa
pétalas
caldas
cogumelos
framboesa
jasmim-manga
toda flor
castanha
sobremesa
limpa
e firma
carinhos
cheiro de lírio branco
banho de hortelã
beijos
beijões, beijinhos
lágrimas
sal
docinhos
volta
sem tormento
aos dias
leves
sem importância
que
antes dessa dor
eram infância
solta
o riso
o canto
a dança
o pensamento
vive
o farfalhar do vento
chocalho nas folhas
carinho em filhas
perdão de falhas
erros queimados
nos restos de presépio
palhas
cria
sem crenças
credos
de amor
sem definição
celebra
com gratidão
o fruto das vinhas
os assovios do sabiá
o descanso do sabre
a calidez crepuscular
até na hora apertada
onde rezar
não cabe
morre
sem murros
longe dos muros
mudado
o mal
a morte
amém
descansa
em paz putrefata
da sina ingrata
que uma imagem
abstrata
entende
como vida
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
vai
às 18:50:00
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Larga e gruda
Desmancha e borda
Cara suja, roupa limpa
De barro, de sabão
o que fica e
o que se espalha
dessa toda
mínima
despedaçada
vida
p.s.: começou por outro acaso, mas qdo terminei de escrever "desencontro", li e pensei em ti... as coisas proliferam... continuam trabalhando :)
beijos
Ahhhhhhh, me curas com teu orgasmo verbal!!!!!!
vistes, não há como competir... és do mundo, és minha, és de todos... grande merda.
Postar um comentário