quarta-feira, 17 de novembro de 2010

mais silêncio

Falar de poesia – experiência radical- prender a força do poema numa linguagem sem código, a palavra poética é corpo que insiste em assistir cenas sem história. Insubtancial vacilação que interpela no inaudito da forma que o discurso não contempla. Ferida trágica que ao se cantar nada explica Implicada em ritmo melhor mostrar apenas a música em curso que dizer retumba a esmo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

o eterno retorno da rejeição

todo corpo refugado por quem muito se quer estralhaça o próprio coração

o inSignificante da Tristeza

Deixo teu reino de cinzas e águas lamacentas. Adeus a pequenez das tuas buscas, mesmo sem deixar de amar a grandeza perdida de teu inacessível coração. Ó ferimento nunca sentido antes. Desamor fortuito, aniquilamento de um eu que desconhecia tamanha vontade. Desejos sempre em suspensão. Respostas e retornos da retórica sem limites cronológicos. Nunca mais aquela dor. Resistência. Incompreensão à entrega. Nenhum banho de mar. Abandono do abandono. Esquecimento do descaso de uma íris suja sob pálpebras cansadas. Nunca mais esse descuido. Ainda que tenhamos que dividir as ruas, não haverá encontros. Nem mensagens. Falta de interesse. Nunca mais esse doloroso assunto. Vínculo capenga. Vagas manifestações. Qualquer humano faz isso quando não tem vontade. Homens são mestres em fugir daquilo que os interpela arrancando as máscaras. Poucos, muito poucos, suportam o beijo perfeito de uma alma incendiada. Quanto mais fazem uso de gravatas, mais temem as águas jorradas na paixão fustigada por seu próprio querer, coisa que um cara pálida covarde jamais assume. Intolerâncias são a única maneira de suportar a insuficiência da procura. Inconformação só um amor bem resolvido espanta.