Só sou um animal
Fora da minha natureza
Proibido de bater na porta
Humano demais
Por causa da velhice
Isso que pouco bicho conhece
Uma fêmea
Poço de desejos
Corpo a acoplar
Um coração que bate
Bombeia sangue
E suporta uma pele
Que volta e meia
Dói
Cuidar de si é resistir aos dispositivos de controle. A alteridade humana não faz do outro a condução de um. Desistir do mundo é abandonar a própria vida.
Eu não reflito. Faço. Penso muito o que eu faço. Sem espelhar. Fora do templo, no tempo. Numa intempestividade ritual de pura paixão. Longe de mim abraçada nas artes. A copular com as palavras porque elas pulsam os sentidos que a pele perde.