perigos
prazeres
pancadas
penas
peladas
putas
pequenas
passadas
princesas
poucas
panacas
piradas
pensantes
pombas
passantes
perdidas
professoras
quarta-feira, 31 de março de 2010
P da vida
quarta-feira, 24 de março de 2010
O que é arte?
Arte não é. Arte se torna. Não Arte definida de acordo com critérios x, y, z, mas sensação. Em blocos. No material, no corpo, na vibração. Na imagem que um texto provoca. Na evocação de tudo que quem se afeta vive. Vida. Em processo. Nunca acabada. Em devir. De muitos tipos. Em variados lugares. De diversas maneiras. Um processamento das criações. Tocando nos problemas e inventando soluções. Ao criar sentido, mostra o nonsense. Desvario cheio de coerências. Suave demência de uma saúde que afirma sua Vontade.
sexta-feira, 19 de março de 2010
obscena
oferta sem vaga, empenhos pagos
estrela obscura que só a morte desvencilhará
vontade de mais ritmo
desejo de presença
não me deixes, ó mel
esqueça tudo
sob aveludado manto
espremido espasmo
cuja convulsão ferve fria em ardência gélida
sem o gozo
de te olhar aqui
terça-feira, 16 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
oficina
compor silêncio no absoluto impossível da plenitude da luz ou completa escuridão
para fugir do hermetismo numa conversa de referências anteriores ao ruído eletrônico
ao vazio preenchido por projetos e conceitos em elaboração
oficializando espaços para o nonsense ordinário de relógios, roncos e água sibilante
pensar e criar o conceito, achar uma via comum, amadurecer o incomposível som do que se olha e ainda não se toca
Para o Luciano Zanatta, em função da sonoridade ausente do bate-papo
quarta-feira, 10 de março de 2010
signos urbanos
Passarinho esmagado. Duas vezes num dia. Outra vez em menos de uma semana. Pomba revirada com asa para cima na sarjeta ao lado da minha roda rasurada. O som ameniza o cru. Fim do meu morto. Começo de mim.
terça-feira, 9 de março de 2010
la folie
a ida, como todas idas
demorou na rapidez do encontro
de um Daniel pasmo sem cova longe dos leões máquinas
de mil estradas e interrupções
apenas as ruas muito diferentes das que junto vivemos
com menos carros e vazias de namoricos amigos e bobagens
quando discutimos a existência de deus sentados no muro
ao passo de só falarmos de filhos, festinhas, preço do leite e consultas médicas
e agora um hoje
sem esse passado que a volta da amizade descortina
num vento
incapaz de afastar o véu
nenhum horizonte
na música surda
da distância
descrita
mais ao
ao sul
em resposta
apertada
abertura
que te leva
ao céu
encostado na terra
à lua impregnada de sol
ao fogo refletido na água
paraíso que inferniza
as profundezas rasas
das superfícies abissais
sem tempo
em todo espaço
do esquizóide encontro
da imanência
sempre sexual
nos corpos destinados
livre
segunda-feira, 8 de março de 2010
proliferação
expõe o Mesmo
espúrio
espaço
prolixo
apodrecido
de quem pode
espalhar
espontâneos
prazeres
em falas diferentes
domingo, 7 de março de 2010
processo na superfície
A cor tem uma vibração que linha nenhuma consegue dar. Mas as linhas criam tensões que cor alguma possui. Desenhar sem linhas somente contrastando as cores. Pintar com linhas exige transformar um conjunto em superfície tonal. Criar tom sem cor depende do gesto.