sexta-feira, 19 de março de 2010

obscena

oferta sem vaga, empenhos pagos
estrela obscura que só a morte desvencilhará
vontade de mais ritmo
desejo de presença
não me deixes, ó mel
esqueça tudo
sob aveludado manto
espremido espasmo
cuja convulsão ferve fria em ardência gélida
sem o gozo
de te olhar aqui





isso tudo entre público e púlpito na oratória boca seca copo d`água um pouco de café copo plástico abominável sem outra possibilidade de matar a sede e avivar a mente no negro líquido escorrido atiçando amargor de açúcar das sentenças proferidas longe daquele ouvido e cadeiras vagas e caixas onde os corpos passam a se sustentar com pura retórica e ditos que assim que são proferidos logo muito cedo se tornam mortos acima ou abaixo desse reles degrau cuja estrutura não mexe no conteúdo dos continentes que o deserto do pensamento sabe como fazer ferver em congelamento sob estrelas que os tetos estão toda hora a esconder

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