terça-feira, 9 de março de 2010

la folie

dia tão branco que o olho espreme o mormaço absoluto das marcações
ontem, ao atravessar, a volta foi mais fácil
a ida, como todas idas
demorou na rapidez do encontro
de um Daniel pasmo sem cova longe dos leões máquinas
de mil estradas e interrupções
apenas as ruas muito diferentes das que junto vivemos
com menos carros e vazias de namoricos amigos e bobagens
quando discutimos a existência de deus sentados no muro
ao passo de só falarmos de filhos, festinhas, preço do leite e consultas médicas
e agora um hoje
sem esse passado que a volta da amizade descortina
num vento
incapaz de afastar o véu
nenhum horizonte
na música surda
da distância
descrita
mais ao
ao sul
ali onde o poemas são escolhidos e os acasos coincidem com toda a dessincronia que os conceitos necessariamente construídos exigem quando os mundos são descortinados em palavras e o café servido para espantar o sono diurno de quem passa a noite rolando com Foucault e seus desatinos academicamente orgásticos mesmo em suspeita tradução

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