O cheiro doce inebriante do lírio branco polpudo e real dissolve tudo. Basta cessarem as esperas para as flores mostrarem novos perfumes. Acabar com a saudade somente com a certeza de que o corpo não voltará. Enterrar as mágoas e guardar lembranças, mesmo sabendo que com o tempo, traças e insetos as depredarão. O lilás da rosa rara a se abrir. A chama da vela, em orações de conforto. Lágrimas que lavam tudo. Novidades que criam horizontes nunca antes traçados. Parceria intensa, molho suculento, transgressões e redenção da alma. O lírio amarelo, mais que meu pulso, mandei para o prazer de olhar. E a chuva, ó flor, rega as alegrias que daqui para frente colecionaremos. Noites adentro, as taças erguidas e os textos que a conversa escreve nos corpos que ao lado estão. Dias a fio, luzes de alento e olhos repintados. Risos, entremeios, junções, carismas, amasso profano e paixão, sempre sagrada a quem se entrega.
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