que se esvai na água que não tem, num cheiro que não abriga, perdido em dores que não me dizem, espremido, ai que falta, em noite de lua limpa e bastasse que leve embora mas nunca chegou para poder ir, não veio como ninguém vem, vazio de sangue próximo culpa de cheiros inexplicados pela desculpa em tanto não estar e deixar essa solidão tomar conta quando o corpo sozinho não pode se mover e tudo dói num desconforto que precisará recuperar forças sem os acalantos das mãos que deveriam estar estendidas mas na imensidão celeste de ninho despovoado voam como pássaros que nada consolam a raridade do carinho, as palavras que deixam de ser trocadas, o cuidado que só existe para quem não concerne os lençóis desabitados dos que mesmo amados jamais recebem alguma atenção
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