domingo, 4 de janeiro de 2009

se for vício, esquece, se for pleno, vem

Se tudo o que eu te dissesse fosse carne e lábio ardendo em pele, a música que escutas transbordaria de potência e nada faria com que tu se desviasse do caminho que tens a seguir. Das impossibilidades, das tuas caraminholas, dos beijos mal vividos, das travas loucas que teimas em usar, nada a dizer. Apenas vontades a doer em palavras sempre monitoradas por desejos obscuros, medos idiotas e histórias que estão para acontecer. Soa ridículo porque os bufões riem quando raios fulminam torres e os pequenos burgueses gélidos correm das mais perigosas paixões. Sem taco, nenhum acerto. Por mais ridícula que a idéia seja, um coração sempre é o alvo. Mas o tiro certo fica sempre mais embaixo. Acertar é uma questão de entrega. Ganhar o que mais se quer. Presentes não são meras escrituras, mas uma presença se mede pela força com que alguém incita nossos atos. Agir arriscadamente só por quem realmente faz um corpo derreter. Acesa, a alma fulgura e as imagens valem mais do que o simples palavrório, que só existe porque o confinamento dos sujeitos impede sopros, conjunção de santos líquidos e efetivas interjeições.

Nenhum comentário: