domingo, 5 de abril de 2009

No retumbar de ScriptuRIRe


No retumbar de ScriptuRIRe

Escuto o trilili dos teus guizos, vindo montada em coisa que não sabe bem que bicho é. Tralalá, Rei Cavalinho, upa-upa na brincadeira. Rainha Torta. Tudo coberto, não dá para ver o que tem embaixo dos panos. Vem ela vestida com tecidos grosseiros como mortalhas. Foi mesmo enterrada. Posta na lama. Depois de viajar na trupe do Circo, na garupa do Crico, viver de mexerico. Isso antes de lutar contra um exército de repolhos. Ou seriam brócolis? Beterrabas para fingir sangue, cenouras para enfiares no olho fiofuzento que te atola de merda até o pescoço. De comer atrás do armário. Dormir na palha. Pouco importa, tudo mesmo vai para a sopa. Essa que derrubo, ainda quente, sobre tua cabeça. Que ainda consegue ver para acertar o bolo cheio de merengue na minha cara. Virei um monstro que vai te atacar com um milhão de aceleradas cosquinhas. Quem vai limpar toda essa meleca? As dezessete vassouras da lagarta de cem pés. Que vai até o centro do picadeiro, quem diria, para peidar! Estratosfericamente. Só porque é feriado. E quem diria, na hora do espetáculo, a centopéia vai estar grávida. Dentro dela se movem homens de cara marcada e macacões. Queriam que ela parisse burros. E não é que no meio da cambada, lá estava o jumento, calçado com quatro congas? No meio delas passa o anão, que quer tirar vantagem do palhaço. Na cara dele, uma flor jorra água quando o outro se dobra. Para ouvir o que o anão não diz, mas em seu ouvido grita: “você está me esmagando com esse sapatão!”


Escrito em setembro de 2007. Esse texto é um dos vários desdobramentos (outro é gráfico, outro são versos, outro são pareceres oficiais) da pesquisa de Mestrado, examinada por mim tanto na qualificação como no resultado final, abaixo designada:


ALUNO: Luciane de Campos Olendzki - luquerubim

ORIENTADOR: ?????????????????????????????????

DISSERTAÇÃO: Palhaçar: uma patética-poética por rir


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