Os cânceres se alastram
na insuficiência dos corpos
As libélulas perambulam
na gratidão da chuva
que despencará
tenho medo do êxito da bomba
No fundo dos armários
as baratas se acasalam
indiferentes ao beijo
da agulha no disco
Lembrei desse poema de mil novecentos e eu era jovem porque encontrei som de eletrola lendo a dissertação do Leonardo Garavelo Martins Costa, Uma vida em palavras. Amanhã levarei essas linhas na defesa lá na Psico Social. Eu não sabia que minha mãe, que certamente não leu esse poema, morreria mais de dez anos depois de eu começar aquele livro de poesias do período pós-adolescente e pré-vida sem tempo de professora e mãe que intitulei PLÁSTICO (impublicado). Morreria por causa de um câncer...
Um comentário:
A ameaça atômica era real!
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