quarta-feira, 16 de abril de 2008

para sua ciência

quem sabe diz para ela tudo o que não aconteceu, os sofrimentos atrozes das longas esperas, dos incógnitos desprezos, das sórdidas comparações; conta para ela as horas incontáveis reviradas na cama; as noites insones seguidas de um dia de trabalho daqueles que compromissos não se colocam só na página de uma agenda; de todos desejos individuais suprimidos em prol da felicidade maior de todo mundo; diz para ela desse amor imenso que mal cabe no corpo, no estraçalhar de orgulhos ao se compartilhar paixões, no eternamente preterimento em prol de outrem, no trabalho incansável que não escraviza quem pouco tem; podes dizer a ela que encontros de alma exigem entrega, podes dizer que só quem agüenta o tranco dessa ausência sempre inerente a quem mais se gosta consegue chegar no âmago de quem ela, por mais que controle, nunca tem

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