terça-feira, 8 de dezembro de 2009

pedaço antigo

Como sujeito, não posso me colocar senão aqui, neste lugar, em frente ao computador com o editor de texto aberto, neste exato momento do dia ou da noite, e não posso ser sem estar em alguma hora dentro de algum lugar. Perante o universo e todos os possíveis poliversos que redimensionam nosso absolutismo galáctico, meu ser em um lugar no tempo e no espaço não é nada. Porém, para mim, humana inútil na grandeza da imensidão, isto é tudo e todo o meu possível universo são as horas que vivo e os espaços aonde convivo. E mesmo atribuindo sentido às infinitas dimensões cósmicas e transcósmicas de universos não imagináveis, o sentido verdadeiro da minha vida é este estar constante em um corpo condicionado a verticalidade e horizontalidade das coordenadas vitais. A linearidade das coisas, por mais abstrata que seja, é o que nos dá sentido e nos torna humanos e nos conduz a direção de uma ideia simbólica de destino. Esta busca por uma retidão existencial cria a necessidade de um poder operador da linearidade, o qual geometriza a natureza de acordo com a vontade do Homem. Esta humanidade, produtora de sensos e significações, talvez seja uma resposta à desgeometria do caos, aonde nada tem sentido, direção e muito menos linearidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

nao sei quem és mas hoje de certo alguem leu um pedaço de mim ...só quem ama pode escrever com tanta alma ...jamais te esquecerei meu grande AMOR

idalina krause disse...

Querida Paola

O teu "possível universo" é lindo, fascinante...

Um abração saudoso

Idalina Krause