Como sujeito, não posso me colocar senão aqui, neste lugar, em frente ao computador com o editor de texto aberto, neste exato momento do dia ou da noite, e não posso ser sem estar em alguma hora dentro de algum lugar. Perante o universo e todos os possíveis poliversos que redimensionam nosso absolutismo galáctico, meu ser em um lugar no tempo e no espaço não é nada. Porém, para mim, humana inútil na grandeza da imensidão, isto é tudo e todo o meu possível universo são as horas que vivo e os espaços aonde convivo. E mesmo atribuindo sentido às infinitas dimensões cósmicas e transcósmicas de universos não imagináveis, o sentido verdadeiro da minha vida é este estar constante em um corpo condicionado a verticalidade e horizontalidade das coordenadas vitais. A linearidade das coisas, por mais abstrata que seja, é o que nos dá sentido e nos torna humanos e nos conduz a direção de uma ideia simbólica de destino. Esta busca por uma retidão existencial cria a necessidade de um poder operador da linearidade, o qual geometriza a natureza de acordo com a vontade do Homem. Esta humanidade, produtora de sensos e significações, talvez seja uma resposta à desgeometria do caos, aonde nada tem sentido, direção e muito menos linearidade.
2 comentários:
nao sei quem és mas hoje de certo alguem leu um pedaço de mim ...só quem ama pode escrever com tanta alma ...jamais te esquecerei meu grande AMOR
Querida Paola
O teu "possível universo" é lindo, fascinante...
Um abração saudoso
Idalina Krause
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