sexta-feira, 30 de novembro de 2007

na mesa

Tantas pesquisas e nenhuma. Obras várias, nada expostas. Idéias infinitas, nunca suficientemente desenvolvidas. Projetos proliferantes, todos empilhados na mesa, Essa mesa que existe para comportar tudo isso e muitas outras coisas que jamais podem ser adiadas. Obrigações do instante que arrastam o mais interessante sempre para amanhã. Porque só importa ao corpo pensante, sentado na mesa, jamais ao mundo que dele exige trabalho. E a mesa, a revelia do que se quer e do que se deve, absolutamente existe. Nada precisa, nada deseja. Suporta mãos, papéis, canetas, teclado, monitor, livros, listas. Agendas e calendário. Tudo o que a um corpo se impõe. Mas é na mesa, desprofessada, que tudo se põe. E o que se põe na mesa se faz de inquietudes empilhadas. Anotações para que se note a vida e tudo o que a ela se impõe. Tudo o que nela se expõe. Ainda que somente sobre uma mesa.

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