quarta-feira, 9 de julho de 2008

Se fossemos, simplesmente, nórdicos e mediterrâneos...

- O problema, D. Maricota, é que eu, helênica hispânica lusa etrusca gaulesa ligeiramente mourisca com um posterior tempero tapuia fui encontrar o guerreiro e o dono no mesmo corpo. Um germânico romano que só não apunhala a si mesmo porque, antes de mais nada, é judeu e não vai colocar toda sua lucrativa empresa cristã a perder.
- E toca, Sinhá Moça, a preparar as roupas, que ele é filho de Asclépio e precisa se apresentar perfeito.Corre, Indiazinha Velha, a cuidar das ervas que a incensaria tem que cheirar bem. Anda, Dona Coisa Chata, a limpar o chão que ninguém mesmo acaba por nele se deitar. Mas ai que não brilhe a ponto dele passar a língua. Esqueça, nem por todo dinheiro do mundo esse corpo é capaz de saciar o teu. Não chora, Cigana encarquilhada em casarios, um vendedor de cura é a mais interessante invenção de todos os tempos. A jóia que nunca ganhaste é a pele que engrossa nos joelhos e as mãos cada vez mais ásperas. Esquece, só mongóis e africanos sabem fazer mulher dançar. Esse homem criou doenças para não ter mais que guerrear. E aprendeu a ganhar mais com elas do que com as mil batalhas onde o sangue dos povos se mistura.
- Eu me rendi ao Soldado da Rainha, pois nem Salomão no auge de seu templo teve a riqueza das canções que ele acabou por me tirar. Nem David, na sagacidade para derrotar Golias, teve o tino das palavras que eu prefiro verter silenciosamente em riscos.

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