quinta-feira, 4 de junho de 2009

outonais


Se os plátanos falassem do ouro que o sol lhes dá, no sussurro desse outono cantariam os beijos perdidos no passado da praça, hoje atapetada de folhas sob os passos que murmuram amores indizíveis.

Os minutos correm enquanto as mãos gelam. As manhãs parecem mais limpas que as tardes. O frio afasta os corpos das paredes. Pisos tendem a se eternizar. Escadas gastam. Muscularmente, somos o que somos. Por cima dos ossos. Nascendo sob telhados e, somente com sorte, morrendo ao relento. O desamparo do ar vem de um pólo inantingível, congelado fora de nós mesmos.

Quando o céu está azul e as extremosas cheias de pencas, pequenas uvas que não dão suco, todas as outras árvores sem possibilidade de vinhos encolhem. As flores fenecem, E tua ausência me distancia de meu próprio calor.

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