Quando a arte precisa esperar é porque a educação urge. As urgências educacionais jamais deveriam sufocar a vontade de arte. Educar com arte está longe dessa coisa insana que é policiar os corpos e proibir a livre manifestação de tapas, beijos, gritos, imersões eletrônicas, conversas, cantos, empurrões, batidas, grunhidos e tudo que a toda hora acontece nos lugares destinados ao educar, prédios sujos cheios de grades e paredes riscadas onde a matéria morre em aulas de material escasso e poluição sonora generalizada. Falta de outra opção é burrice humana em não construir outra coisa. E em ter chegado ao horror dessa escola inóspita que mantém um mundo vil, feio, entediante. Mesmo que a necessidade grite e as instituições suguem nossas paixões e melhores alegrias, fazer arte é mostrar o quanto o aparentemente sem importância é a única maneira de manter a vida viva.
Para as maravilhosas que se acham inteligentes e nunca passaram sequer meio turno numa escola pública ao lado de viadutos barulhentos tentando conter os corpos de adolescentes sem perspectivas e chance de glamour algum que brigam entre si.
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