sexta-feira, 17 de outubro de 2008

digressões junto ao fracasso

só amar desinfluentes

fundir-se com insignificantes

imergir

na obscuridade dos milhões

cuja vida

ninguém assiste

a ponto

de seus pensamentos

sequer existirem


o que é ser importante, se o que importa

para comportar alguém

no mundo impresso

expresso a muitos

televisivamente

implica redes

contatos

e oportunidades impossíveis

a quem

em casa, em aulas, em trabalho

em amores

absorve-se?


E o que mais importaria, se não a família, os estudos, as obrigações para bem se ganhar a vida? Só o amor?

O quanto perde-se vivendo tudo isso?


Somente a chance de criar uma obra.


Grandes Obras são egoísmos.


É possível alguém ser feliz sem ser egoísta?


Somente quem pensa a obra ministerialmente, de modo a ser professada, ministrada. Quem precisa expressar mistérios, quem sem arte sucumbe, dana-se. A única saída é fazer tudo o que o Ministério exige e ainda insistir na arte que nos faz mais vivos. Ela será muito pequena, quase invisível, mas molecular a obra se erguerá. Pouco vista, mas viva como qualquer outra.

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