quinta-feira, 28 de agosto de 2008

consumo de professor

Os livros não salvam, mas provam honestidade. Os livros mentem. Mesmo quando foram escritos para afirmar uma verdade. Verdades, aliás, muitas e muitíssimas vezes criadas pelos livros. Que nada significam além da palavra impressa, pela pena ou pela prensa num aglomerado de páginas. Eletrônicos, brilham. Mesmo ruins se propagam. Até os mais belos, um dia, esgotam. E os mais sublimes podem acabar não reeditados. Cada vez mais, palavras desaparecem. Tantas pessoas escrevem, tantos autores são vendidos, tudo o que está escrito deixa de ter valor. Avaliar o preço de um livro fica em torno da qualidade e quantidade de papel. Do acabamento da capa. E dos impostos de importação. Produto, o livro é descartável. Fetiche torna-se coisas que ele não é. Porque livro algum foi feito para ser aquilo que ele apresenta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sempre penso nos livros que nunca foram publicados. Quantas revoluções culturais ficaram engavetadas?

A Sobrevivente disse...

pensas no meu baú lotado
e todos meus manuscritos datilografados
coisas que nunca tive tempo para lapidar
e que não revolucionariam nada
pois tudo o que se diz
é dito de algum modo por outro
depois,
correr atrás de editores é um problema
para professores sempre submersos em aulas
que revolucionam três vezes mais do que o que se escreve