terça-feira, 7 de julho de 2009

fora

Fora com o “disse e não disse”, com quem acha estar errado ou defende que não errou, com quem não quer estar perto, com quem exige presença, com tudo o que nos agonia, com tudo o que nunca acontece, com o que pouco comparece. Projeções não passam daquilo do qual partem. Onde um coração partido reparte as dores em palavras. Tristezas são ritmos diferentes. Erros e acertos não são algo a serem compatibilizados quando tratamos de paixões. Não há jurisdição quando agimos apaixonadamente. A loucura de quem ama não reconhece injustiças. Ao não ganhar o osso e a carne que merece, uiva, rosna e agride. Os cães seguem seus instintos. Cadelas abandonadas exigem atenção. Doutores racionalizam tudo. Salve Saint Roland Barthes, canonizado academicamente, cujo credo fragmentado salva o apaixonado a cada linha na qual encontra seu sintoma. Palavras repercutem, corpos provocam ebulições, desespero exige arte. Ò Santo pederasta, cujo discurso redime os absurdos de quem ama. Amor não se julga. Se pega. Amor não pegado melhor fugir. Fora sofrimentos de Werther! Fora ressentimentos wagnerianos! Fora homens incapazes de mergulhar no próprio vulcão.

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