segunda-feira, 6 de julho de 2009

O corte

coreografias com sinal vermelho ao centro
saídas de palco opostas, cena esquizo
platéia dividida

Pessoas se carregam. Sísifos amorosos. Os corpos relaxam porque foram exauridos. Há encontros. Que não duram mais que os desencontros. Há solidão. Não suportar a própria violência é impingir a si mesmo o ódio do mundo. Lixo, descarte, aparições, quase congelamentos, riscos, amassões, ranhuras. Mulher-bomba. Quedas. Mulher-manequim. Necessidade de especular. O trabalho, o cansaço, o fastio, o tempo que só existe enquanto contagem absurda de atos que nunca levam ao gozo. Tudo é tensão. Mesmo no caixão refrigerado feito para conservar. Declives perigosos. Um pouco de alívio na pancadaria. Bater metais, soltar raivas, fazer barulho, sair da inércia. A luz é cortada. Fim.

http://espetaculocorte.blogspot.com/

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