Feito pela mão da fada, costurado no élan amoroso, elaborado com alto humor. São Miguel em sua cama de fogo. Coração perdido em sagrado espaço de criação, sempre a se reinventar. Pacote de surpresas, bolinhas a virarem outra coisa. E o remédio anti-dor, São Jorge, Santa Rita e Nossa Senhora das Dores, a dar riso no meio das lágrimas. Protegida pelos pequenos amuletos contra tudo o que nos arrasa na insanidade da falta de respostas e no vazio dos amores que se vão, perco as palavras e deito como feto para encontrar algo condizente a força de tão singelos trabalhos. Varredouro de tristezas vindo em dia certo, exatamente com a prova. E a apresentação frágil, a ser mostrada e remostrada em toda seminação pedagógica entre aqueles que querem expor as ironias do sistema. Com pessoas assim por perto os ímpetos suicidas são apaziguados. As rejeições ficam mais doces. O escárnio do mundo não nos atinge. As desconsiderações, simplesmente desconsideradas. E tudo o que nos apartamentos e nas sinapses se acumula, algo a se pensar. Pois todas as coisas que nos chegam às mãos algum amor carregam.
Para a doadora de tudo isso, Adriana Daccache, alunamiga professora que enquanto estiver no Instituto de Artes certamente garante com suas mandingas luminosas que tal prédio não desabará.
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