segunda-feira, 30 de junho de 2008

mais uma volta


Intacto baque taquicárdico. Ardente destaque ao sol. Tacadas que não fazem parte de nenhum jogo. Apenas vontade de movimento. Em abraços maiores que o contato, que em almas hiper cinestésicas faz as palavras voarem de qualquer jeito. Nada se fixa. Apenas a consciência de que os dias passam e os anos da vida aumentam. Sem saber se liberamos ou simplesmente esquecemos os amores, sem ter certeza de porquê alguns corpos ficam e outros não, sem nenhuma garantia de ainda ter mais uma rodada, sem a menor idéia de para que tudo isso seja, sem a menor graça senão a do abnegado encontro. Somente porque, possuídos pelos deuses, somos carregados ao toque forte de nossas paixões. Sem a suposição das horas e essa maior vontade de se colocar em trânsito, o dia brilharia menos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Flor de Lótus
RABINDRANATH TAGORE

No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.