domingo, 1 de junho de 2008

Se o ar está infecto, fuja. Mas se ganhas o pão combatendo infecções, cultive bactérias. Gostar de pensar em doenças é lutar a favor da vida. Deixar morrer, hoje, é muito revolucionário. Única heresia do mundo contemporâneo e sua milícia contra a mortandade. A força psiquiátrica na batalha contra a vontade suicida que nos salva a cada dia indigesto que o trânsito, os ávidos por poder e os sugadores de plantão trazem a quem só quer comer, trabalhar amorosamente, descansar e festejar encontros. Preferencialmente coroada de flores, dançando muito e aspirando perfumes. Amando a decomposição vegetativa da morte pulsante em toda terra pouco pisada abaixo do asfalto e do calçamento. Sobre os quais as infecções pretensamente eternas sufocam quem somente precisa respirar. Fugir é arriscar-se a piores ares. Lançar bactérias é a única maneira de criar doenças que podem salvar o ar de tudo aquilo que acaba com a arte.

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