Um gato no pátio. Branco e preto. Céu nublado. Roupas estendidas nas cercas. Barulho de pneu no asfalto, longe. O gato em cima do mourão. Um vira-lata. Há latas? Galinhas ciscam. Um mugido de vaca. Solo argiloso e arenoso. Revoadas e pios. Entre árvores, atrás de varais, a vaca diminuta. Escura. Mandioca, bananeiras, cinamomos. Choro de criancinha nas casas em volta da escola. Pequena. Atividade fílmica. Roseira seca cheia de frutos. Esferinhas alaranjadas. Um gatinho cinza, quase ainda um filhote. Lobuno, diz a professora. Aluna. Essa árvore meio arbusto de folhas vermelho escuro, sem nome, cheia de gotas prateadas. O vira-lata cruza na área. O cinzento treme. E o adorável odor de lenha queimada, mato fresco e manhã. Por trás da cerca, sem sapatos, indiozinhos puxam fios. Uma menina vira guerreira segurando ripa de taquara seca. Sacodem a cerca rindo em guarani, talvez da aula que acontece. Merenda. Convite para café. Conversalhada de criança soa igual em qualquer língua.
Apontamentos feitos durante supervisão da estagiária Anelise Garcia, Escola Estadual Índigena Karaí Nhe´e Katu.
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