quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

amados

O valor que atribuímos a quem amamos nos aprisiona na impossibilidade de amar os desvalidos. Desafio é amar aquilo sem valor, aquilo que não apreciamos. Aí amor é coisa que mexe com o pensamento. Mesmo que esse desafio se misture com perigosas adorações. Dessas que sempre precisamos romper. Tiranias que, por hábito, tende-se a confundir com a ventura amorosa. Aquele amor que escraviza, agoniza, faz padecer. Expressa o sentido trágico, essencial para que se desenvolva arte. Por mais que doa, nunca deixará de ser apenas mote. Só vira outra coisa quando parido ao meio. Por isso precisa ser esmagado. Em si, aniquila e dilacera. Pois só pode tornar-se algo que preste tornando imprestável aquele que o usa.

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