sábado, 15 de dezembro de 2007

cadernos

Guardar textos. Toda uma vida encerrada na dança compacta da caneta nas linhas doutrinárias de um caderno. Colocar letras em tela é aprisionar a rasura que desenha o apontamento no fluxo que se imprime na superfície. Ficar nos cadernos não põe o pensamento em rede. É preciso transpor desenhos para a dimensão de pontos variáveis postos reticuladamente. Sem nenhuma garantia. Queimar cadernos é extinguir-se. Ignorar a tela é continuar desaparecido. Numa vida que parece outra. E o que presta, permanece, indiferente ao curso dos signos a exigir familiaridade com palavras e o domínio de uma língua que nunca cansamos de burlar.

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